Diferentes áreas de perícia criminal vão trabalhar em conjunto para realização das apurações e laudos
Os corpos vão ser encaminhados para o INC (Instituto Nacional de Criminalística) da Polícia Federal, onde vão passar por uma série de análises.
A PF prepara um esquema especial para terminar todos os processos no menor espaço de tempo possível, reforçando equipes que vão participar da tarefa e tratando como prioridade máxima.
Várias áreas de perícia criminal vão trabalhar em conjunto para realização das apurações e laudos. O prazo ainda dependerá da sequência de exames que vão ser necessários, mas o objetivo é liberar os restos mortais em até sete dias para as famílias.
Nesta quarta (15), a Polícia Federal anunciou depois de dez dias de buscas que um dos investigados no caso confessou participação no assassinato do indigenista e do jornalista.
De acordo com a PF, foi o pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, que indicou às autoridades onde havia enterrado os corpos, bem como ocultado a lancha em que viajavam Bruno e Dom.
A polícia ainda apura a motivação do crime.
Como mostrou a Folha, investigadores que atuam no caso têm afirmado reservadamente que as evidências e provas até o momento reforçam a hipótese de que as atividades ilegais de pesca e a caça na região são o pano de fundo do caso.
Ainda assim, outras possibilidades não estão descartadas, e o cenário está sendo classificado ainda como nebuloso.
Manifestante segura um cartaz com os dizeres “Onde estão Dom e Bruno?” durante protesto após o desaparecimento do jornalista britânico Dom P Suamy Beydoun/Suamy Beydoun – 15.jun.22/Reuters
Um deles é sobre um vestígio de sangue encontrado no barco de Pelado. O outro é a análise de um material “aparentemente humano” encontrado na região do rio Itaquaí onde os desaparecidos passaram.
Segundo pessoas envolvidas no caso, essa parte estava deteriorada e talvez não seja possível cruzar com material genético para identificação.
No entanto, desde que um dos suspeitos confessou e apontou o local onde havia enterrado os corpos, está praticamente descartado que esse outro achado tenha relação com o crime de Bruno e Dom.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, classificou como “crime cruel” e “uma maluquice” o assassinato.
Desde a notícia do sumiço, o presidente Jair Bolsonaro deu declarações para minimizar o tema.
Primeiro, ele disse que os dois estavam em uma “aventura” não recomendada. Depois, afirmou que Dom “era malvisto na região” porque fazia reportagens contra garimpeiros e que ele deveria ter tido mais atenção “consigo próprio.”